sexta-feira, 26 de julho de 2013

Avós participam cada vez mais da criação dos netos


Com as longas jornadas de trabalho que as mães enfrentam ao lado dos pais, os avós têm sido cada vez mais solicitados a ajudar na criação das crianças. Em muitos casos, além dos cuidados diários, representam uma fonte importante de sustento financeiro.

Dados do IBGE apontam que 20% dos domicílios brasileiros têm idosos como chefes de família, o que corresponde a mais de 8 milhões de lares.

Vovós modernas

Aquele estereótipo da vovó tricotando na cadeira de balanço e do velhinho distribuindo presentes para os netinhos já não corresponde à realidade. Não mesmo!

Os avós de hoje pertencem a uma geração que encabeçou mudanças importantes na estrutura familiar. “Eles são mais liberais, mais saudáveis, mais ativos e economicamente mais estáveis do que os avós de épocas passadas. Essas diferenças se traduzem em novas maneiras de se relacionar com os netos”, afirma a psicoterapeuta Lidia Aratangy.

Do lado dos netos, eles têm pais cada vez mais velhos e menos irmãos. Entram na escola cada vez mais cedo e passam menos tempo com as mães. E elas continuam a se desdobrar para conseguir conciliar a maternidade com a carreira.

Com tudo isso acontecendo, uma das marcas do novo relacionamento entre avós e netos diz respeito ao papel de co-educação que os primeiros vêm assumindo ao lado dos pais. Afinal, a convivência cotidiana traz consigo responsabilidades que não cabiam aos avós de domingo.

Uma coisa é chupar bala antes do almoço, no final de semana, na casa da vovó. Outra coisa é comer doce fora de hora a semana toda.

Palpite é bom ou ruim?

Que os pais precisam ser respeitados quando se trata da educação dos filhos, não há dúvidas. Mas e os avós? Tanta dedicação tem alguma contrapartida, como, por exemplo, o direito de palpitar?

Existe uma linha fina, mas bem delimitada, entre palpitar e interferir. Segundo Lidia Aratangy, a ajuda que os avós oferecem não lhes dá direito de tomar decisões pelos filhos nem de impor modelos na resolução de conflitos familiares.

Ao mesmo tempo, é válido os avós terem o desejo de participar ativamente dos espaços que são levados pelos pais a ocupar. “Não é justo excluir da vida escolar do neto uma avó que é convocada com frequência para servir de motorista nos horários de entrada e saída da escola”, exemplifica a psicoterapeuta.

Quem sai ganhando?

A verdade é que, apesar das divergências – e por causa delas, já que conflitos bem administrados são fontes valiosas de crescimento – a parceria no cuidado com as crianças é uma experiência muito rica, para todos as partes envolvidas.

Para os avós, ter os netos presentes é uma injeção de vitalidade, que acaba por oferecer um novo sentido para esta fase da vida.

Os pais ganham a tranquilidade e a segurança de saberem que seus filhos estão em ótimas mãos. E mais: cercados de amor e de afeto.

Com essa convivência, as crianças descobrem que existem muitas maneiras de serem amadas e, também, educadas. E isso lhes proporciona mais abertura para perceber e conviver com as diferenças e oportunidades de viver novas experiência.

Quando nasce uma avó

A chegada de um bebê traz à tona um monte de sentimentos. Enquanto os pais estão inseguros, os avós estão ávidos em dar sua contribuição e nem sempre têm claro o limite entre ajudar e invadir.

“A avó de primeira viagem, sem saber bem como deve se comportar nessa posição, tende a defender-se da insegurança ocupando o papel de mãe”, explica Lidia Aratangy.

Com informações da Revista Pais e Filhos.

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