Qual a importância da amamentação para a mãe?
Solange: Um dos grandes benefícios da amamentação é a conveniência, porque durante esses seis meses de vida do bebê ele não precisa mais de absolutamente nada. Ou seja, a mamãe não terá nada para lavar, esterilizar, preparar e carregar. É só dar o peito, que a natureza entrega o alimento prontinho. A amamentação também fortalece o vínculo mãe/filho, fazendo com que desenvolvam uma relação de amor e confiança. A criança, por sua vez, torna-se mais tranquila e mais segura. E esse vínculo entre mãe e filho facilita o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com outras pessoas. O ato de sucção do bebê aliviará a mãe do desconforto dos seios cheios e pesados, e promove no organismo da mãe a secreção de um hormônio chamado prolactina que é responsável pela produção de leite e, também, pela inibição da ovulação, o que pode até servir como um método anticoncepcional, retardando o risco de uma nova gravidez. A amamentação reduz riscos de câncer de mama, ovário e útero e protege a mulher contra osteoporose.
E para o bebê?
A amamentação traz benefícios psicológicos, já que fortalece o vínculo mãe/filho, proporcionando sensações prazerosas para ambos, devido ao contato físico, ao carinho e o gradativo reconhecimento pelo bebê da voz da mãe. A criança que é amamentada recebe uma alimentação natural e completa, com benefícios importantes que o leite materno oferece, já que é adequado em proteínas, carboidratos, lipídios e sais minerais, e ainda permite uma digestão fácil, com menos problemas intestinais como diarreia ou constipação.
Geralmente, a criança amamentada ao seio tem menos chance de ganhar excesso de peso e se tornar obesa, pois recebe nutrientes nas quantidades necessárias para o seu organismo e tem menos chance, ainda, de se desidratar. O leite materno também é menos propenso a provocar reações alérgicas ou infecções bacterianas, já que fornece uma proteção natural, devido aos importantes anticorpos que são transmitidos da mãe para a criança. Por último, mamar favorece a formação dos dentes e o desenvolvimento adequado das mandíbulas do bebê, pois a sucção ajuda a movimentar os músculos e faz com que o leite seja deglutido corretamente; isso evita otites (inflamações no ouvido), muito comum em crianças que tomam mamadeira.
Como deve ser a alimentação da mulher que amamenta?
A mãe deve evitar jejuns e períodos longos sem se alimentar e realizar refeições diárias fracionadas em, pelo menos, seis vezes. É importante ingerir de dois a três litros de líquidos por dia, principalmente água e sucos naturais, pois o consumo de líquidos está diretamente relacionado à produção do leite. Consumir alimentos ricos em: vitamina A (fígado, gema de ovo, manteiga, margarina), vitamina C (frutas cítricas como laranja, limão e morango e vegetais como brócolis e repolho), cálcio (leite e seus derivados, como queijo e iogurte) e ferro (carnes, principalmente a vermelha) também é recomendado.
É verdade que algumas mães têm "leite fraco"?
Não existe leite fraco. Muitas mães pensam que o seu leite é fraco e não sacia o bebê por que ele chora muito, mas isso é um equívoco. Mesmo mães desnutridas oferecem um leite de composição adequada. A mãe não deve estabelecer horários nem a quantidade de leite que deve ser mamada pela criança. Somente o bebê saberá quando está satisfeito e largará o peito sozinho. Cada criança tem um funcionamento digestivo diferente, e por isso algumas sentem fome mais rápido que outras; o que também é normal.
Existe problema em não amamentar?
A mulher que acabou de ter um filho nunca deve deixar de amamentar por causa de trabalho, dores, temores ou crendices populares. A amamentação deve ser um ato consciente, sem incertezas ou inseguranças. E a mulher deve ser incentivada por todos e estar motivada para amamentar. Ela deve ser esclarecida pelos profissionais de saúde (médico, enfermeira, nutricionista) quanto aos benefícios da amamentação e o que fazer para superar obstáculos que porventura surjam no início ou durante o período de amamentação.
Com informações da Revista Viva Saúde (UOL).
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