Estudo mostra que quanto mais colo e aconchego para o bebê, menor a propensão a estresse na vida adulta.
Segundo os pesquisadores Michael L. Commons e Patrice M. Miller, a atitude dos americanos de "deixar chorar" ou manter o bebê longe dos pais difere muito de outras culturas, em que os pequenos são acalentados pelas mães na maior parte do tempo ou dormem com os pais. O bebê deixado sozinho pode sentir-se abandonado e amedrontado, sensações que não fazem bem ao seu desenvolvimento emocional. Quando perto da mãe, no entanto, o cheiro familiar e o som dos batimentos cardíacos do coração materno remetem à vida intrauterina. O calor do corpo da mãe tem a capacidade de relaxar rapidamente seu filhote2.
Aqui no Brasil, profissionais como Rosangela Alves, 35 anos, pedagoga, especialista em carregadores de bebês e mãe de Gabriel, 5 anos, e Heloísa, de 3 anos, também defendem os benefícios do colo e da proximidade com bebês. Para ela, "no colo, o bebê tem um aprendizado facilitado, vê o mundo na altura de sua mãe, cresce mais independente e seguro". A consultora acredita que está havendo uma mudança comportamental em nossa sociedade: "ainda sofremos influência de gerações anteriores, que não incentivavam o contato intenso entre mãe e bebê ou mesmo a amamentação. No entanto, em sua experiência, os benefícios são visíveis: a criança que fica no colo é mais bem nutrida, mais calma, chora menos, tem menos incidência de cólicas e regurgitamentos, além da sensação de proteção".
Outro estudo recente, este sobre a visão dos bebês, reforça a teoria de como o colo é benéfico: os recém-nascidos enxergam de forma mais nítida quando estão numa distância entre 20 e 30 cm do objeto, coincidentemente a distância que mantêm do olhar da mãe ao serem amamentados. É nessa posição que têm sua melhor capacidade de focar, iniciando o reconhecimento do mundo e o fortalecimento muscular dos olhos3 .
"É importante que os pais saibam que deixar o bebê chorar e não confortá-lo pode causar danos permanentes", explica Michael L. Commons. Os estudiosos de Harvard incentivam que os pais levem os bebês para o quarto do casal. "A tensão resultante da separação precoce causa mudanças no cérebro dos bebês que faz com que se tornem adultos mais suscetíveis ao estresse". Para eles, o medo da dependência não faz sentido, pois o contato físico fará crianças mais seguras, aptas a se relacionarem de forma saudável quando adultas. Miller diz: "nos preocupamos tanto com independência, que geramos efeitos negativos disso, como pessoas que não gostam de ser tocadas e que tendem ao isolamento, mesmo em suas fases mais difíceis".
Rosângela também é categórica ao relacionar colo com afeto, "sempre oriento as mães a seguirem seus instintos, pois bebê no colo é o maior símbolo do amor incondicional" conclui. Pelo jeito, ficará cada dia mais fácil para as mamães ignorarem os palpites dos desconfiados e curtirem o grude com seus filhotes.
Com informações do portal Bebê.
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