sexta-feira, 10 de maio de 2013

Meu primeiro Dia das Mães


Mulheres com diferentes histórias contam como foi, ou será, a celebração desta data ao lado dos filhos.

Mãe famosa, mãe solteira, mãe e “boadrastra”, mãe de uma criança especial, mãe adotiva, mãe aos 20, mãe aos 40 e a mãe que lutou contra a depressão pós-parto.  Confira depoimentos emocionantes sobre o primeiro Dia das Mães destas mulheres com trajetórias tão distintas.



Dia das Mães inesquecível
“Meu primeiro Dia das Mães foi inesquecível! Só depois de ter um filho é que entendi o real significado desta palavra: amor! E ter um dia para comemorar isso é muito significativo. Após o nascimento da Maria Luiza mudou absolutamente tudo na minha vida. Me reavaliei em todos os sentidos. Afinal, queria dar o melhor exemplo em todos os aspectos da formação da minha filha. Durante muito tempo servimos de espelho para nossos filhos, o que nos força a nos olharmos e avaliarmos melhor cada atitude que temos”, conta a atriz Luiza Valdetaro, mãe de Maria Luiza. Este ano o Dia das Mães certamente também será inesquecível para Luiza. Em fevereiro de 2012, a filha da atriz foi diagnosticada com leucemia. “Em um momento como este, temos duas opções: ver o lado bom ou nos sentir injustiçados. Fiquei com a primeira opção”, disse Luiza em entrevista à revista Contigo!. Após meses de quimioterapia, Maria Luiza entrou na fase de manutenção da doença. O momento de luta contra a leucemia da filha modificou a maneira como a atriz vê a vida. “Eu me descobri uma pessoa bastante otimista. Levo um novo olhar sobre a vida, sobre o ato de amar. Se me contassem que passaria por isso, responderia que não iria suportar, que não teria forças. Mas quando recebi o diagnóstico, meu único pensamento foi: ‘Minha filha não precisa sofrer mais do que o tratamento já lhe requisitará’. Então, não podia deixar que ela sofresse por perceber a mãe sofrendo. Não seria justo”, afirmou em entrevista à revista Contigo!.  


Dia da mãe especial
Meu filho primogênito nasceu em dezembro de 2000. Prematuro extremo teve várias intercorrências e sofreu uma paralisia cerebral. Meu primeiro Dia das Mães foi em maio de 2001 e é claro que eu estava radiante. Meu filho era uma criança linda, gordinha e apesar de viver com ele constantemente em consultórios médicos, não enxergava que seu desenvolvimento estava fora do comum. Assim comemorei, recebi os parabéns por ser mãe pela primeira vez e essas felicitações pareciam reafirmar minha maternidade. Eu me sentia mais “mãe”. Infelizmente, essa data foi ofuscada pelos acontecimentos seguintes que comprovavam cada vez mais as dificuldades de meu filho até a compreensão de seu diagnóstico de paralisia cerebral quando ele tinha mais ou menos um ano e meio de vida. A partir de então meu Dia das Mães se tornou um pesadelo... Mas como diz o ditado popular: Tudo na vida passa. E apesar das limitações de meu filho, hoje consigo comemorar em paz comigo mesma e com muita alegria o Dia das Mães. Com ele eu aprendi o real significado do amor, compreendi que minha força é revigorada e que a felicidade está dentro de mim. Passei a enxergar o mundo com outros olhos e a tratar as pessoas de maneira diferente. Hoje posso dizer que vivo de verdade, amo a vida e, especialmente, amo ser mãe!Antônia Yamashita mãe de Lucas e Victor Hugor, autora do livro “A trajetória de uma mãe especial” e responsável pelo site Mãe Especial. 


Dia da mãe por adoção tardia
O meu primeiro Dia das Mães foi muito especial. Sair da condição de filha para se tornar mãe é um processo um tanto difícil, mas de muito crescimento. Uma coisa que me marcou muito foi poder participar da festa de Dia das Mães da escola onde meu filho estudava. Parece estranho dizer isto porque bebês não participam ativamente de eventos sociais. Mas o meu "bebê" que "nasceu" na minha vida já com 6 anos de idade me deu o privilégio de vivenciar um momento especial como este logo no meu primeiro Dia das Mães. Sim! Sou mãe por adoção! Adoção tardia. Confesso que na época, ao aproximar-se a data do Dia das Mães, fiquei bastante apreensiva. É um momento onde se explora muito imagens de mulheres grávidas e bebês e nas homenagens escolares não é diferente: usam-se muitas fotos e vídeos de barrigas e recém-nascidos. Como aquele seria nosso primeiro Dia das Mães juntos eu não sabia muito como lidar com estes apelos e não sabia também como meu filho lidaria. Temi que a escola começasse a pedir fotos das mães grávidas e dos alunos bebês, temi que tudo isso pudesse constranger ou confundir meu filho, que ainda estava em fase de adaptação. Eu não sei ao certo como ele acomodou estas circunstâncias em sua cabecinha, mas sei que a professora dele na época foi de uma sensibilidade ímpar para lidar com a situação e para tratar as diferenças em sala de aula de forma tão sábia. A homenagem que ela preparou com os alunos foi a construção de uma linda caixa de presente com uma foto atual de mãe e filho, e no dia da apresentação os alunos da classe do meu filho cantaram a música "Foi Deus" do Edson e Hudson. Ainda hoje, anos depois, me emociono ao lembrar o trecho da música que dizia: "Foi Deus que me entregou de presente você, eu que sonhava viver um grande amor assim. Valeu ter esperado o tempo passar pra de uma vez meu amor entregar e não sentir solidão nunca mais". Foi muito gratificante ver a escola tratar meu filho com igualdade levando em consideração suas diferenças. A letra da música retratava uma dupla homenagem porque meu filho tinha compreensão que ele era um presente para mim, assim como eu era pra ele. Meu filho tinha compreensão que assim como valeu para mim esperar por ele, também tinha valido para ele esperar por mim. A homenagem não precisou de barrigas e bebês para expressar de forma tão singela e doce o que toda mãe (biológica ou não) certamente pensa sobre seu filho: um presente de Deus.  E o que todo filho (biológico ou não) pensa sobre sua mãe: um presente de Deus.Renata Palombo, mãe de Diego e Natalia Ellen, ambos são frutos de  adoção tardia, e autora do blog Descobrindo a maternagem.


Dia da mãe solteira
O primeiro Dia das Mães após o nascimento da Luna foi a primeira vez que entendi plenamente a comemoração desta data. Na verdade, foi quando esta data começou a ter sentido para mim. Nunca tive um relacionamento muito estreito com a minha mãe e, com a maternidade, eu pude compreender por que existe um dia no calendário para comemorar o papel das mães. Ganhei uma corrente com um coração em que tem a imagem da Luna gravada da minha família, mas o melhor presente e com um valor inestimável era o porta-joias em madeira que ganhei da minha filha. Luna já frequentava a escolinha e me fez chorar de emoção quando vi aquela mãozinha dela gravada em tinta vermelha sobre a abertura. Aquele dia foi para celebrar o que eu havia conseguido enfrentar e ver que o saldo estava sendo positivo. Afinal, Luna estava com oito meses, sadia e esperta. O Dia das Mães antes de ser mãe era um dia qualquer em que eu me sentia até deslocada por não ter uma mãe presente. Hoje eu sou menos crítica em relação à minha mãe e devo muito isso a Luna. Ser mãe solteira é uma transformação na vida da mulher. Antes, eu estava solteira por aí, trabalhando, namorando e, de repente, engravidei. Optei por ter o meu bebê. O pai não queria ter um filho, se afastou. Foi uma viagem completamente solitária diante de todos os meus medos, inseguranças e não tem como ser a mesma de antes. O eixo desta mudança é a minha filha. Hoje posso dizer que existe a Flavia Werlang A.L. (Antes de Luna) e Flavia Werlang D.L. (Depois de Luna). Percebi que cada noite acordada valeu – e ainda vale - a pena. No meu primeiro Dia das Mães, Luna estava fazendo as primeiras gracinhas. Era tão gratificante arrancar um sorriso do meu bebê que começava a dar também as primeiras gargalhadas, acordava batendo palminhas para chamar a minha atenção e erguia os bracinhos querendo meu colo.  Medos? Todos os dias, desde que eu vi aqueles dois risquinhos na palheta do teste de farmácia, tive inseguranças e receios de estar fazendo certo ou não e, principalmente, a certeza de que eu não podia falhar. Eu sou a única e principal responsável pela educação da Luna, por isso, tenho de reafirmar todos os dias este compromisso que aceitei desde que disse “sim” a esta viagem solitária e mítica que é a maternidade solo. Minha filha é o meu motivo de viver e querer melhorar o tempo todo, a cada instante e em todos os sentidos como ser humano. Eu ganhei como mãe e mulher. Tenho uma filha linda e hoje sou mais forte e corajosa. Obrigada, filha, por me fazer conhecer o real significado da palavra mãe.Flavia Werlang, mãe da Luna e autora do blog Grávida, estado civil mãe (solteira).


Dia das Mães e a depressão pós-parto
Eu já comemorei o meu primeiro Dia das Mães como grávida, pois faziam mais de dois anos que tentava engravidar e finalmente realizei este sonho! Foi bom demais já receber parabéns pelo meu dia, ganhar presentinhos. Era só felicidade, já me sentia mãe! Meu primeiro Dia das Mães já com a Gi nos braços foi uma mistura enorme de sentimentos, estava realizada, mas ao mesmo tempo lutando contra minha depressão pós-parto. Minha mãe foi fundamental nesse dia, eu precisava de colo.  Mesmo já sendo mãe, estava me sentido frágil, lutando comigo mesma, pois me sentia culpada por não estar aproveitando tudo que eu podia e deveria desse dia. Mas apesar disso, foi um dia bom, com o apoio da minha família, consegui enfrentar meus fantasmas internos e curtir minha princesa. Nos outros anos, já com a depressão controlada e depois curada, foram Dias das Mães com muita festa, alegria e de aproveitar com a minha Gigi e a nossa família. Conseguia ter um verdadeiro e grande sorriso no rosto, conseguia me sentir feliz. Acho que após a depressão passamos a dar muito mais valor a este sentimento. Em 2012, ano passado, tudo se preparava para ser um Dia das Mães ainda mais especial, pois estava grávida de seis meses, de um menino. Toda a família reunida lá em casa, todos rindo e felizes, mas eu novamente não estava me sentindo feliz, estava preocupada, não sentia meu bebê mexer, e, mesmo todos me dizendo que era normal, não conseguia me desligar. Até que, ao perceber uma febre, decidi ir para o hospital. Infelizmente, tive a pior notícia que uma mãe pode ter, ainda mais em um Dia das Mães, meu bebê já não tinha mais batimento cardíacos. Meu coração se dilacerou, não podia acreditar, meu bebê! É realmente indescritível o que se sente, foram tempos bem complicados, mas quando voltei para casa e me deparei com o sorriso da minha Giovana, não tive dúvidas que precisa superar, pois ela estava ali comigo. Assim vem sendo, uma fase de muita superação, mas com a minha filha e minha família consegui voltar a me sentir feliz mais uma vez. Este ano, o Dia das Mães com certeza vai ser diferente de todos os outros, vou ter que lutar contra as lembranças tristes, mas quero que seja um dia especial e alegre. Certamente nunca vou me esquecer do meu filho, ele sempre vai estar no meu coração. Porém, a minha filha está aqui, precisa de mim e ela é a minha maior razão para viver e ser feliz. Ela é meu presente de Deus!Alessandra Nunes, mãe da Giovana e autora do Blog Da fertilidade à maternidade.




Dia das Mães após os 40
Casei aos 32 anos e logo comecei as tentativas para engravidar. Foram longos dois anos buscando a gestação pelas vias naturais, até descobrirmos que eu só poderia conceber por meio de um tratamento. Aos 40 anos consegui me tornar mãe e hoje tenho lindos gêmeos de 5 meses! No Dia das Mães do ano passado eu havia realizado o tratamento no Grupo Huntington Medicina Reprodutiva e estava grávida!  Porém, me sentia um pouco insegura. Antes de ter ido a esta clínica, eu havia realizado tratamentos em outros locais e enfrentei a difícil experiência de passar por um Dia das Mães grávida, mas já sabendo que não seria possível levar aquela gestação adiante. Este Dia das Mães com os meus filhos será a concretização de um sonho! Após tantos esforços, eu realmente posso falar que sou mãe! Para mim, há somente vantagens no fato de ter tido meus filhos aos 40 anos. Sou uma pessoa mais madura, experiente, centrada e coerente naquilo que faço. Lógico que assim como toda a mãe de primeira viagem eu tenho dúvidas, mas já possuo a maturidade para arriscar mais. Não serei uma mãe-avó! Sempre me perguntam se gêmeos dão muito trabalho, e eles dão mesmo! Mas a compensação de um sorriso após a mamada anula qualquer problema.Flavia Lucia Fusca Picciani, mãe de Murilo e Vitor e autônoma.



Com informações do Portal Bebê.

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