Perceber um problema de visão em bebês e crianças é bastante difícil, por isso muitos pais só notam algo errado quando o filho entra na fase de alfabetização e passa a apresentar dificuldade de aprendizado. Muitas vezes, a criança não acompanha a turma, pois não consegue enxergar o que está escrito na lousa.
Segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), aproximadamente, 15 milhões de crianças em idade escolar possuem algum problema de visão. No entanto, a preocupação com os olhos deve vir bem antes, pois, aos sete anos, dá-se a formação completa da visão.
"Algumas doenças oculares se tornam irreversíveis ou poderiam ser amenizadas se fossem tratadas antes dessa idade. Por isso, os pais precisam estar atentos já no nascimento da criança. Toda maternidade deveria realizar o teste do olhinho, que permite o diagnóstico precoce de vários males, como catarata, glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade, entre outros", afirma o oftalmologista Marco Antonio Rey de Faria, presidente do CBO.
Somente em dez estados do país o exame é obrigatório na rede pública de saúde e, apenas em 2010, ampliou-se aos planos de saúde. A Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde), estima que, no Brasil, 33 mil crianças são cegas por causa de doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente. Ainda de acordo com o órgão, pelo menos, 100 mil têm alguma deficiência visual.
Primeira consulta
Depois do teste do olhinho, a recomendação médica é realizar a primeira consulta com um oftalmologista no primeiro ano de vida. Na ocasião, os olhos serão dilatados para checar a necessidade de uso de óculos e para realizar o mapeamento da retina. Esse procedimento detecta se há alguma patologia genética, como uma cicatriz de olho, transmitida pela mãe que teve toxoplasmose ou rubéola na gravidez.
Se os pais não perceberem nenhum problema, o retorno deve acontecer na idade pré-escolar, por volta dos três ou quatro anos de idade. A consulta é fundamental, principalmente, no caso de uma diferença de grau acentuada em apenas um dos olhos.
"Aos quatro anos, com quatro graus de miopia por exemplo, a criança vai correr e brincar sem dificuldade nenhuma, porque ela consegue enxergar do outro olho "bom". Daí a dificuldade dos pais em perceber algo de errado. Quanto antes for detectado, mais fácil será corrigir o problema", diz a médica Mônica Cronemberger, da oftalmologia pediátrica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Eu uso óculos
Segundo os especialistas, a adaptação da criança aos óculos não é tão difícil quanto os pais imaginam. Ao colocá-los, a criança vai perceber imediatamente a melhora da visão. Os casos mais difíceis são aqueles em que a criança tem um grau leve e consegue enxergar razoavelmente sem as lentes.
De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, para motivar o filho, os pais devem deixar que ele participe do processo de escolha. "Hoje temos óculos desenvolvidos especialmente para crianças, que se ajustam bem ao rosto e trazem armações leves e coloridas, além de lentes que não riscam", diz.
Outra dica é conversar bastante com a criança e enfatizar a necessidade e os benefícios dos óculos. Se houver resistência, um pouco de fantasia, dependendo da idade, pode ajudar. Vale mencionar que heróis como o Super-Homem e o bruxo Harry Potter usam o acessório. O artifício pode ajudar a criança a superar eventuais brincadeiras dos colegas a respeito dos óculos.
Atenção
Veja dez sinais de que seu filho pode estar com algum problema de visão, segundo os especialistas:
- Reclamar de dor de cabeça;
- Sentar muito próximo a televisão;
- Andar de cabeça baixa;
- Lacrimejar excessivamente;
- Coçar os olhos insistentemente;
- Demonstrar sensibilidade à luz;
- Mostrar dificuldade com a leitura;
- Acompanhar a leitura com um dedo;
- Apertar os olhos para ler;
- Tapar um olho com a mão.
Com informações de Mulher UOL.
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