Toda mãe sabe: conseguir que os filhos comam bem, aceitando alimentos variados e um prato colorido, não é tarefa das mais fáceis. Ajudar a criança a estabelecer uma relação boa com a comida dá trabalho e leva tempo. A partir de 1 ano de idade, a recomendação é que ela passe a comer de tudo. Mas, até mais ou menos os 5 anos, a maioria não gosta de provar novos sabores. “Antes de ter certeza de que a criança não aprecia mesmo um alimento, é necessário oferecê-lo de oito a dez vezes”, avisa Patricia de Carvalho Padilha, professora do curso de nutrição da UFRJ. Portanto, na hora de cozinhar, precisamos de bastante criatividade! Quer saber como? A seguir, confira as melhores maneiras de preparar vegetais e carnes.
Vegetais mais atraentes
Nove entre dez crianças dirão que não gostam de verduras e legumes. Acontece que, em uma dieta balanceada, eles precisam comparecer diariamente, pois são importantes fontes de vitaminas, sais minerais, antioxidantes e fibras. Crus, eles oferecem uma boa dose de nutrientes intactos, e você não deve desprezar isso. “Variar nos cortes e na apresentação ajuda. Muitas crianças podem rejeitar cenoura cortada em rodelas, mas gostam de comê-la em palitinhos”, exemplifica a nutricionista Paula Fernandes Castilho, diretora da Sabor Integral Consultoria em Nutrição, de São Paulo. Outra ideia interessante consiste em espetar pedacinhos variados, como de pepino, tomate e cenoura, em um palito de madeira grande sem ponta, e deixar a criança se divertir. Antes de servir, porém, é importante higienizar os vegetais em água corrente e com produtos próprios para esse fim, como o hipoclorito de sódio.
As versões de preparo que levam hortaliças ao fogo são muitas e você também pode se aproveitar de todas elas para conseguir resultados apetitosos. Cozinhar no vapor é a modalidade que mais preserva os nutrientes, portanto, deve ser usual. Uma dica saborosa é preparar dessa maneira mandioquinha (batata-baroa), cenoura, vagem, abobrinha, chuchu, repolho, brócolis e couve-flor e servi-los com um fio de azeite. Existem panelas próprias para cozer no vapor, mas dá para improvisar a técnica com um escorredor de macarrão ou uma peneira de alumínio sobre uma panela com água fervente.
“Se preferir cozinhar vegetais em água, deixe o mínimo de tempo possível, para que os nutrientes não se percam”, sugere Patrícia. À noite, uma boa pedida pode ser uma sopa de vegetais com músculo ou outra carne cozida na mesma água, que deve ser aproveitada no preparo. Utilizar o líquido do cozimento de hortaliças para preparar outros pratos, como o arroz e o macarrão, também é ótima alternativa, pois enriquece de nutrientes a comida.
E por falar nesses dois alimentos queridos da garotada, eles podem ser um excelente veículo para a ingestão de verduras e legumes. Substitua o molho vermelho da macarronada por um refogado de tomate e outros vegetais picados. Use pouco óleo para refogar. A mistura também pode ser adicionada ao arroz ou servir de recheio para panquecas e tortas. “Pratos mais coloridos são atraentes e saudáveis. A criança também come com os olhos”, diz a professora da UFRJ. Outra ideia simples e original é acrescentar pedaços de vegetais à farofa. Gradualmente, vá introduzindo refogados de um único vegetal, por exemplo, de abobrinha ou de chuchu, num cantinho do prato. Utilize temperos naturais, como alho, cebola e cheiro-verde.
Carnes saborosas
Fontes de proteína, ferro e outros minerais, além de vitaminas e aminoácidos, as carnes devem fazer parte do prato do seu filho, tanto no almoço quanto no jantar. Segundo a especialista Patricia Padilha, todas as carnes devem ser consumidas pelas crianças após cozidas, assadas ou grelhadas, sempre bem passadas, e nunca cruas. “Existe o risco de contrair doenças, e o melhor é que elas sejam mesmo preparadas no fogo de maneiras variadas, para não enjoar”, justifica. Procure conhecer a procedência dos alimentos antes de comprá-los.
Os assados, sejam de carne branca ou vermelha, podem ser acompanhados de vegetais, que devem ser acomodados ainda crus na assadeira. Tape o vasilhame com papel alumínio para não ressecar a iguaria. Outra forma de preparar a carne vermelha é usar a panela de pressão, que deixa o alimento bem macio. Pique a peça em cubinhos e tempere. “Para a carne ganhar um sabor especial, forre a panela com pedaços de cenoura, salsinha e cebolas. Mas, ao final, despreze esses ingredientes. Eles absorvem toda a gordura da carne”, diz a nutricionista Paula Castilho. Aliás, prefira sempre os cortes magros, que são mais saudáveis.
Para grelhar filés de peixe, frango ou boi, use uma pequena quantia de azeite de oliva. Esse modo de preparo é sempre a melhor alternativa à fritura em imersão, que pode ser uma delícia, mas não é recomendada e deve ser feita apenas eventualmente. Qualquer que seja a forma de preparo escolhida – cozida, assada, grelhada ou refogada -, abuse de temperos naturais e não use condimentos industrializados, como caldos em tablete ou preparados em pó, que contêm excesso de sódio e glutamato monossódico. Prefira temperar com alho, cebola, orégano, salsinha, cebolinha e coentro. E o que mais sua criatividade permitir e seu filho aprovar!
Com informações da Revista Crescer.
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