Shoppings lotados anunciam que o Natal está chegando. Você não quer os seus filhos associem a data comemorativa a uma simples troca de presentes? A educadora Andrea Ramal explica que é possível trazer o significado do Natal para a realidade das crianças, independentemente da religião. “É fundamental que os pais expliquem o sentido de união, confraternização familiar e amizade, em oposição ao sentimento puramente comercial da data”, explica a educadora.
E o Papai Noel? A prática de escrever cartinhas deve ser estimulada? Andrea Ramal explica que as crianças precisam de fantasia. Segundo a educadora, “para as crianças é muito difícil separar realidade e ficção. Por isso os pais não precisam se sentir enganando os filhos por permitir que acreditem na figura do Papai Noel. A grande maioria acaba descobrindo sozinha que ele não existe, sem traumas”.
‘Avalanches’ de presente podem gerar estresse nas crianças
Andrea Ramal explica que o ideal é não estimular a encomenda de presentes no Natal. Se isso acontecer naturalmente, explique que são apenas sugestões, mas não há garantia de que todos os desejos serão atendidos de uma única vez. De acordo com a educadora, “algumas famílias evitam dar presentes caros ao longo do ano, poupando para retribuir o comportamento exemplar ou as notas boas com presentes mais caros no Natal. Não vejo problema em fazer isso, mas é preciso ter medida e explicar o motivo da recompensa”.
No livro “Filhos: Seu melhor investimento” (Editora Campus, 115 páginas, R$35), a especialista em educação financeira Celina Macedo explica que os presentes que outras pessoas dão também têm influência sobre as crianças: “A nova estrutura das famílias é um desafio a mais para a educação financeira dos filhos. Em muitos casos, há poucas crianças e sobram tios e avós querendo agradá-las com verdadeiras avalanches de presentes, que geram mais estresse do que alegrias nas datas especiais. Diante de brinquedos caros e sofisticados, é comum ver a criança buscar refúgio em um brinquedo simples e antigo”.
Festa de Natal na casa dos amigos ajuda a ampliar noções culturais
Andrea Ramal explica que não há problema em permitir que os filhos frequentem uma festa tradicional de Natal, caso não haja uma comemoração específica para a data em casa. “Algumas famílias judias costumam se encontrar, fazer um jantar e reunir os amigos. Se isso não acontece na sua casa, mas seu filho deseja participar de uma festa de Natal na casa de um amiguinho, essa pode ser uma boa oportunidade para ampliar duas noções de cultura, já que ele se sentirá parte de uma data que reflete valores humanos muito bem vindos”, orienta.
Judeus e muçulmanos, por exemplo, não comemoram o Natal, mas é possível apresentá-lo às crianças sem abrir mão da própria identidade. “Os pais precisam perceber se o fato de não haver nenhum tipo de comemoração nessa data traz a sensação de isolamento para a criança, já que na creche e no colégio o tema é recorrente em trabalhos escolares e conversas com os amiguinhos. Se esse for o caso, é preciso ampliar os horizontes e, quem sabe, ter algo que remeta ao Natal na própria casa”, diz Andrea Ramal.
Com informações da GNT (Mães e Filhos).
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